segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tenho medo!

Tenho medo de barata, de palhaço e da Xuxa.
Medo de assalto, sequestro e acidente de carro.
Medo de altura, medo de me perder no trânsito.
Medo de cair no chão na frente dos outros, medo de passar vergonha.

Medo de médico e do barulho do dentista.
Medo de tirolesa, mergulho em alto mar e viajar de navio.
Medo de ficar trancada em qualquer lugar sozinha, medo de morrer sozinha.
Medo de desapontar pessoas, e de ser desapontada.

Medo da mentira, de ser traída, de me machucar.
Medo da ilusão, medo da paixão e medo da solidão.
Medo da infelicidade, de perder alguém que amo.
Medo da morte, medo de perder e medo do futuro.

Tenho medo das minhas escolhas, porque elas definirão meu futuro.
São tantas inseguranças que tenho medo da minha própria falta de coragem.
São tantos medos, que tenho medo que eles me impeçam de viver.
Tenho medo...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A exceção

O ser humano possui uma habilidade extraordinária de auto-defesa. Como se cada um já nascesse com uma capacidade instintiva de proteção. As desventuras do dia-a-dia reafirmam este comportamento. Após colocarmos o dedo na tomada a primeira vez e sentirmos o choque, normalmente não tentamos a segunda...

A parte boa deste "behaviorismo" é o aprendizado. A partir das experiências anteriores adiquirimos um olhar mais dinâmico do que nos ocorreu no passado, contextualizando com a situação presente e nos prevenindo do futuro. Mas isso também nos limita. Passamos a acreditar que as situações se repetirão e ficamos preparados para enfrentar desilusões. Com isso, começamos a carregar armas. Não conseguimos ser inteiros e verdadeiros por usarmos um escudo. Ocupados com esta defesa, não mostramos completamente aquilo que sentimos - só que continuamos a sentir e sofrer de acordo com o que temos do lado de dentro.

O importante é a consciência de que cada um é único. Se as experiências, os sentimentos, as reações são diferentes, assim também somos nós - nada genérico.

Cada vivência é essencial para aquilo que nos tornamos, de fato. E a melhor parte é encontrar aquele que transforma tudo aquilo que acreditamos ser a regra em exceção – aquele que nos faz acreditar que o amor existe.

"I would never sing of love if it does not exist, but you are the only exception..."

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Impossível ser feliz sozinho??

"Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho? Vivo tranquilo, a liberdade é quem me faz carinho. No meu caminho não tem pedras, nem espinhos, eu durmo sereno e acordo com o canto dos passarinhos..." Marisa Monte

Poesia de Tom Jobim a parte, mas “é impossível ser feliz sozinho”?? É interessante pensar sobre a dificuldade que temos em colocar um ponto final numa relação e partir pra ser feliz sozinho.

Estes recomeços são ótimos para o auto-conhecimento. Muitas vezes estamos acomodados em um relacionamento há tanto tempo que passamos por um processo de simbiose com o outro. Não conseguimos nem mesmo lembrar quem éramos antes de tudo começar. Por conta disso, é importante a reflexão no momento solitário. Podemos encarar o momento como tragédia ou aproveitar mesmo para reavaliar algumas atitudes, o seu "eu".

Eu concordo com o Tom Jobim sem discordar da Marisa Monte: é possível ser feliz sozinho, mas não pra sempre. É essencial a busca não por alguém que te complete, mas sim por alguém que complemente aquilo que há de melhor em cada um de nós.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sociedade sem bons exemplos

"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." Provérbios 22.6


Definitivamente falta à sociedade bons exemplos. Não falo aqui sobre grandes homens com grandes feitos, mas exemplos de valores para o dia-a-dia. Percebo cada vez mais a escassez dos NÃOS.
Acredito na criação de filhos com amor, diálogo, mas acima de tudo o respeito – respeito mútuo. E entendo que seja no respeito onde encontramos a maior prova de amor. Aliás, não existe amor onde não há respeito.
Ouço muitos exemplos de pais moralistas que possuem uma apostilas de regras básicas para educar seus filhos, mas tenho convicção em dizer que as melhores lições que aprendi com meu pai foram através de seu exemplo. Aprendi o quanto trabalhar enobrece o homem, como é valoroso ter pessoas e não coisas, como perdoar aqueles que nos fazem mal, como a pior verdade é mais valorosa que a melhor mentira, como os mais velhos têm lições únicas para me ensinar... O mais interessante é que meu pai não precisou de palavras para transmitir estes valores. Aprendi tudo isto simplesmente por que tive em casa um exemplo, tive um pai que praticava aquilo que ele queria que eu aprendesse.
O mundo não é nosso. Sabemos que a vida é feita de “nãos”. Faz parte do crescimento individual a rejeição tanto emocional, quanto profissional. Precisamos aprender a respeitar, a dizer e ouvir os “nãos” que recebemos, por mais dificil que seja esta tarefa.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Somente um Abraço

"Um único contato íntimo faz mais do que todo um dicionário. A capacidade que as sensações físicas têm de transmitir os sentimentos é algo surpreendente." Desmond Morris

Eu troco todos os meios de comunicação por um abraço de verdade. Depois da criação de MSN, Orkut, Facebook, percebi o quanto meus amigos viraram virtuais. Não recebo mais ligações e visitas desejando “parabéns” na época do meu aniversário, pois todos meus amigos me enviam “scraps”. Ao invés de passar um tempo rodeado por amigos, ligo o computador para ler os recados que recebi. Recados lindos, cheios de mensagens comoventes, mas que não transmitem a sensação do abraço.
Antigamente no dia do aniversário os amigos se reuniam pra ir cantar parabéns, mas depois da facilidade cibernética não existe mais o contato físico. As pessoas mandam “posts” para dizer que estão com saudades, para desejar melhoras para aquele que está internado no hospital...
E como fica o valor do abraço? Que faz você sentir o coração do abraçado pela proximidade física? O abraço é cativante, confortante, caloroso...
Não me mande abraços! Eu quero o carinho que este transmite...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Feminismo

"Que o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa — uma mulher." Lya Luft

Todas as manhas acordo odiando as feministas. Elas criaram um império de homens preguicosos que se acostumaram com mulheres-maravilha: trabalham, são mães, donas-de-casa, cozinheiras natas (sentem-se culpadas ao repetirem pratos), fazem ginásticas (seus maridos gordos não suportariam ter uma mulher fora de forma), são graduadas, são chefes... Estas mulheres me cansam! E estão por todos os lados. Tenho exemplos de tia, chefe, colegas de trabalho que percorrem maratonas diárias para mostrarem seus super poderes.

Com a revolução feminista as mulheres conquistaram um monte de "direitos" que se tornaram "deveres". E quanto aos homens? Com estas super mulheres ao seu redor aprenderam a se acomodar, a viver esperando por elas que tem um imenso sentimento de culpa até se o filho vai mal na escola.

E o que aconteceu com os solteiros? Antigamente era função do macho buscar a fêmea. Com esta inversão de valores nem esta obrigação o homem tem. As mulheres fazem o serviço completo! E as coitadas das garotas tímidas? Estão participando da seleção natural, puro Darwinismo! Os mais fortes, mais preparados, mais "adaptados" a este novo habitat dos relacionamentos serão os privilegiados.

Sem dúvidas, o bom mesmo era ser Amélia...